quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Mato Grosso e peixes de cativeiro




Com uma produção de aproximadamente 75 mil toneladas, Mato Grosso foi o maior produtor brasileiro de peixes de cativeiro em 2013. De acordo com o IBGE, o Estado foi responsável por 19,3% da produção total da piscicultura do país, que foi 392,5 mil toneladas. 

Mato Grosso produziu 24 mil toneladas a mais que o segundo colocado, Paraná. O Estado que já é, há quatro anos, o maior produtor nacional de grãos e fibras (soja, milho e algodão) e detentor do maior rebanho de bovinos, acaba de agregar mais um título para sua coleção de grande fornecedor de alimentos. 

E a maior parte das toneladas produzidas teve como endereço o município de Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), conhecida como a ‘Capital nacional do agronegócio’. A cidade que já é destaque há alguns anos por ofertar a maior safra nacional de soja e milho, foi responsável pelo desempenho da piscicultura mato-grossense. 

Os peixes de cativeiro são alimentados com ração, cuja matéria-prima é produzida em abundância na cidade: a soja. Conforme destaca o IBGE, o maior produtor de peixes e alevinos foi Sorriso, com 21,5 mil toneladas produzidas em 2013. O município de Nossa Senhora do Livramento foi o terceiro que mais produziu com 14,1 mil toneladas. 

Os dados são da pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM) que, pela primeira vez, investigou a aquicultura brasileira. A atividade foi subdividida em piscicultura (criação de peixes e alevinos), carcinicultura (criação de camarões e suas larvas e pós-larvas), malacocultura (criação de ostras, vieiras e mexilhões e suas sementes) e criação de outros animais aquáticos (rãs, jacarés e outros). 

Conforme a pesquisa, os peixes redondos (Tambacu, Tambantinga e Tambaqui) são as principais espécies criadasem Mato Grosso, representando 75% da produção, seguidos pelos bagres de couro (Pintado, Cachara, Cachipira, Pintachara, Surubim) com 14% da produção estadual. 

“A pesquisa retrata uma realidade já conhecida pela Famato e pela Aquamat diante do crescimento da piscicultura estadual, que se apresenta com uma das alternativas para os produtores rurais aumentarem seu portfólio dentro das suas fazendas”, destaca Rafael Linhares, analista de Pecuária da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). 

DIAGNÓSTICO - Em outubro, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) lançou, a pedido da Famato e do Senar/MT, o primeiro Diagnóstico da Piscicultura de Mato Grosso que identificou as principais oportunidades e desafios da cadeia. O estudo levantou ainda o perfil dos produtores e dos consumidores de peixesem Mato Grosso. 

Para o diagnóstico foram entrevistados 231 produtores e 16 frigoríficos e pontos de comercialização de peixe. Boa parte desses piscicultores (56%) está há menos de cinco anos na atividade. De acordo com a pesquisa do Imea, a maior parte da produção é destinada ao consumo no Estado (72%).

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