sábado, 11 de maio de 2013

40 anos de plantio direto (II)



Os precursores do Plantio Direto (PD)

Os resultados com o PD foram comprovados e melhorados ano após ano. Exemplo eficaz do incremento de produtividades nas lavouras da região com o uso da tecnologia está na propriedade de Joaquim Peres Montans.

Ele conta que nunca mais teve suas terras aradas ou gradeadas e que na colheita de 1974 suas produtividades foram de 70 sacas de soja por alqueire, mas atualmente a média supera as 140 sacas por alqueire. “O segredo é a continuidade do sistema e não mexer no solo”, explica Montans.

Orgulhoso em fazer parte deste pioneirismo no Brasil, ele afirma que o plantio direto é uma "revolução" para os agricultores.

“Hoje, 40 anos depois, com novas variedades e praticando adubação verde, rotação de culturas é uma técnica de vanguarda, podemos elevar ainda mais nossas produtividades”.

TERRAS LAVADAS - Quem comemora o sucesso da agricultura com o advento do Plantio Direto é o engenheiro agrônomo Ricardo Accioly Calderari, diretor-secretário da Coamo. “O progresso foi tão grande nos últimos 40 anos que os novos agricultores nem imaginam como eram os solos e a agricultura lá na década de 70”, diz.

Calderari lembra que os agricultores na época, tinham duas grandes preocupações: precisavam de chuva, mas quando chovia, às vezes nem precisava ser muito forte, para que as terras fossem literalmente ‘lavadas’ e tudo se perdia, a lavoura e o solo. “Se existe agricultura hoje é porque existe o plantio direto”, conta.
Após quatro décadas da sua implantação, o sistema continua safra após safra sendo comemorado pelos agricultores da região de Campo Mourão.

Entre os benefícios dele estão a tranquilidade e agilidade no plantio, reserva de umidade no solo, menor custo de produção, maior segurança, germinação uniforme, desenvolvimento das plantas em um mesmo padrão, tolerância ao veranico e, sobretudo, a conservação dos solos, aponta o cooperado Joaquim Montans.
SEQUESTRO DE CARBONO – O sequestro de carbono é o  processo de transformar o carbono do ar (dióxido de carbono ou CO2) em acumulações de carbono no solo.
O dióxido de carbono é absorvido pelas plantas através do processo de fotossíntese, e transformado em material vegetal vivo. Quando as plantas morrem, suas folhas, caules e raízes que têm bases de carbono se deterioram no solo e se transformam em substância orgânica.

Para aumentar o sequestro de carbono os produtores rurais podem utilizar diversas práticas, dentre as quais estão a produção sem revolvimento do solo (plantio direto); o aumento na intensidade da rotação de culturas, a manutenção de uma área de transição entre áreas protegidas e a lavoura; medidas de conservação para reduzir a erosão do solo, além de usar cobertura permanente no solo  e fazer plantio de culturas que produzam mais resíduos, como milho, sorgo e trigo. 

Especialistas estimam que 20% ou mais das emissões de CO2 podem ser reduzidas por meio do sequestro de carbono via agricultura.

MATÉRIA ORGÂNICA - Além de conservar e proteger o ambiente produtivo, a prática do Plantio Direto, sempre com rotação de culturas e formação de muita palha, aumenta a matéria orgânica no solo em função de vários fatores, elencados pelo engenheiro agrônomo Ricardo Accioly Calderari.

“O Plantio direto melhora a estrutura, a qualidade e a produtividade do solo por meio de substância orgânica, reduz a erosão, melhora a qualidade da água.

O uso do plantio direto foi determinante para ampliar o potencial do nível de matéria orgânica no solo, por isso é que o sistema é a maior  revolução da agricultura e do meio ambiente”, garante Calderari.

Fonte: Agrolink

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