segunda-feira, 15 de abril de 2013

Na era do PT a indústria da seca continua...




Em 10 anos, programa de cisternas fez menos da metade do que prometeu

Meta era um milhão até 2008. Entregues até agora 419.178


Resultante de uma das maiores mobilizações da sociedade civil contra a seca, o Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC), lançado há dez anos, ainda não conseguiu atingir sua meta, que deveria ter sido alcançada em 2008 e ajudaria a amenizar os impactos da maior estiagem dos últimos 50 anos. 

De acordo com levantamento da Articulação do Semiárido (ASA), rede formada por organizações da sociedade civil que coordenam o projeto com apoio do governo federal, elas somavam 419.178 até fevereiro deste ano, beneficiando cerca de 2,1 milhões de pessoas.

O programa, que conta com doações da iniciativa privada, depende principalmente do governo federal. E, segundo a ASA, foi justamente a inconstância dos repasses públicos que causou atraso no P1MC.

Em 2011, o governo federal lançou iniciativa própria para acelerar a construção de cisternas: o programa Água Para Todos. Desde 2011, no entanto, dos R$ 2,9 bilhões previstos para serem gastos até 2014, apenas 28% foram investidos e 270 mil reservatórios de água entregues. 

Além de sofrer com atrasos, as iniciativas de entrega de cisternas à população ainda enfrentam outro problema: a rejeição de moradores e de algumas prefeituras a um dos tipos de cisternas comprado pelo governo federal. 

As feitas de polietileno, que totalizam até o momento 56 mil do total já entregue e custam mais do que as tradicionais, de placa (R$ 5.090 ante R$ 2.200).

A rejeição já chegou até aos ouvidos da presidente Dilma. Em sua última visita a Pernambuco, quando esteve no município sertanejo de Serra Talhada, o presidente da Federação de Trabalhadores de Agricultura, Doriel Saturnino de Barros, reclamou das cisternas industrializadas distribuídas pelo governo.

As de plástico não vêm suportando os altos índices de insolação da região, amolecem com o calor e a impressão que dão é que estão derretendo. Não são poucas as amassadas pelo sertão afora. 

E o trabalhador não sabe como fazer manutenção, até porque ela não vem com kit durepoxi — ironiza Givanilson Porfírio da Silva, presidente do Instituto de Cidadania do Nordeste e assessor da Confederação de Trabalhadores da Agricultura do Brasil (Contag).


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