quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Limitação da propriedade rural ou estupidez? (I)

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“Sozinho produzo comida para 100 mil pessoas!”
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Hélio Brambilla
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Soa como boa música as palavras deste desbravador que se ufana de alimentar tanta gente. Ele não fala com orgulho, mas com altivez. Secundado pela família e pelos funcionários, atinge índices impressionantes de produtividade.
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Na verdade, um amigo me informara que uns mega-caminhões – 18 de uma só vez – carregaram numa determinada fazenda cerca de mil toneladas de feijão. Os motoristas – que tinham almoçado com os 1.300 funcionários do local – comentaram ter comido muito bem. A excelente qualidade do que é servido advém da supervisão de nutricionistas.
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Com freqüência o proprietário almoça com os seus funcionários, assiste com eles às missas que marcam o início da safra, e participam com as respectivas famílias das “quadrilhas de São João”. Enquanto isso, outras quadrilhas – estas sem aspas – dançam alhures o “forroubo” com o dinheiro do povo.
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Enquanto o produtor, saído do Sul com diploma de agronomia e a roupa do corpo é tratado como vilão, apesar de alimentar 100 mil pessoas, os quadrilheiros – em geral sem diploma e o guarda-roupa cheio de grifes – fazem fortuna à custa do contribuinte.
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Quousque Domine, quousque Domine, bradava o profeta bíblico. Até quando Senhor... Até quando Senhor?!
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Deixemos a indignação um pouco de lado e voltemos aos fatos! O nosso produtor acima referido produziu, na recente safra de feijão, um verdadeiro recorde nacional e até mundial.
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Seus 19 pivôs de irrigação foram responsáveis por uma média de 64,8 sacas/hectare. Assim, de 125 hectares plantados ele retirou 1.539.000 sacas, o equivalente para carregar 231 mega-caminhões bitrens que enfileirados perfariam uma extensão de 10 quilômetros!
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Em outras fazendas ele ainda produz café, soja, algodão, milho, trigo, bois em confinamento e um dos maiores plantéis suínos do Brasil. (Continua no próximo post)
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