sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O livro, o fiscal e a capivara


Os absurdos da lei ambiental



Presidente da Abigraf esclarece sobre uso de papel em material gráfico texto de Alfried Karl Plöger para a revista Incorporativa .

É preocupante constatar como algumas questões são tratadas de maneira distorcida no Brasil, transformando-se mitos em "verdades" e meras suposições em conceitos indefectíveis no inconsciente coletivo. Tal vício cultural seria menos grave se o impacto desses equívocos não tivesse forte influência na opinião pública e até mesmo, como ocorre em muitos casos, na elaboração de leis e decisões judiciais.

Um desses fenômenos enviesados de informação manifesta-se paulatinamente no tocante aos produtos impressos, como livros, jornais, revistas e cadernos, cada vez mais acusados de contribuir para a redução das florestas, considerando que o papel é produzido a partir da madeira. Diante da gravidade dessa informação errada, é preciso urgente e ampla reação para o restabelecimento da verdade, antes que se transformem em vilões da sustentabilidade aqueles heróis da difusão cultural, do conhecimento e da informação.

Não se pode deixar proliferar informação irresponsável, em especial quando se trata de assunto de tanta relevância, envolvendo setores produtivos com milhares de empresas e milhões de trabalhadores, como é o caso da cadeia produtiva da comunicação impressa. Assim, é urgente esclarecer que os impressos e a produção de embalagens em papel-cartão não causam desmatamento.

No Brasil, cem por cento da produção de celulose, matéria-prima do papel utilizado nos processos de impressão, provêm de madeira colhida em florestas plantadas. Estas, além de tornar desnecessário o desmatamento, também contribuem para atenuar as mudanças climáticas, pois em todo o período de desenvolvimento até o corte, de sete anos, em média, sequestram grande quantidade de carbono da atmosfera, ajudando a reduzir os gases do efeito-estufa.

As florestas cultivadas com o propósito de se colher árvores para a fabricação de papel e celulose são absolutamente sustentáveis. Seu manejo permite manter grandes áreas plantadas com pinus, eucalipto e outras espécies. A madeira de origem certificada e integralmente proveniente de reflorestamento atende de modo adequado à demanda da produção nacional de celulose.

A mídia impressa, por outro lado, está entre os conteúdos da comunicação contemporânea nos quais mais se aborda o tema da preservação, da responsabilidade socioambiental e da ecologia. Tem sido fundamental para a formação de uma consciência de sustentabilidade! Assim, a produção de jornais, revistas, livros, cadernos e outros impressos não pode, em hipótese alguma, confundir-se com os problemas que realmente causam a devastação das matas no Brasil, em especial na Amazônia. Entretanto, enquanto a ocupação ilegal de terras, a produção em áreas de preservação e o contrabando de madeira continuam destruindo imensas áreas e abatendo florestas ao léu da lei e da fiscalização, parece mais fácil culpar os impressos.

Caso não se promova amplo esclarecimento da opinião pública, corre-se o risco de se desenvolver um conceito muito equivocado e injusto com relação à comunicação gráfica e seu processo produtivo. Como em nosso país tais tergiversações muitas vezes refletem-se na elaboração de leis nem sempre coerentes, todo cuidado é pouco! Observem como esses fenômenos da comunicação de massa acabam invertendo alguns valores até mesmo no âmbito da elaboração e aplicação da legislação penal.

Por conta dessas distorções, o pequeno texto de ficção que se segue seria absolutamente factível sob a realidade das leis brasileiras... Em uma fazenda, ao cair da tarde, o proprietário caçava capivaras, atualmente protegidas pela legislação ambiental. Ao abater um animal, foi surpreendido por um fiscal, que lhe comunicou tratar-se, além de implicar multa, de crime inafiançável. Ante a iminência da prisão, o caçador cometeu a atrocidade de atirar no homem.
Enterrou a capivara, apresentou-se dois dias depois às autoridades, confessou o crime contra o "invasor" de suas terras, pagou fiança e, primário, até hoje está respondendo o processo em liberdade. Se tivesse sido preso em flagrante pela morte da capivara, continuaria atrás das grades... Um verdadeiro despautério!

Pois bem, precisamos esclarecer a opinião pública e deixar bem claro às autoridades, políticos e legisladores que os impressos não provocam a derrubada de uma árvore nativa sequer neste país. Caso contrário, não tardará o dia em que escrever ou ler um livro poderá ser tipificado como grave crime contra o meio ambiente. Seria um tiro letal na cultura!

* Alfried Karl Plöger é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).


Fonte:
http://www.painelflorestal.com.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

REFORMA AGRÁRIA??

Reforma Agrária? Mirem-se no exemplo de Cuba. Em 1959, quando a “famiglia” Castro tomou o poder na Ilha do Caribe, os grandes, “cruéis” e "sanguinários” latifundiários da ilha tiveram que fugir ou foram fuzilados pelos “valentes”, “bravos” Che Guevara e cia. Todas as terras foram confiscadas e distribuídas a “el pueblo cubano”(viva!!..rojões..hinos...) que (dizem...)queria terra para plantar....Pois bem, 50 anos depois a produtividade agrícola em Cuba é uma das baixas do planeta, sendo que algumas terras apresentam uma produtividade inferior àquela de 1959. Tanto que o atual membro da “famiglia” Castro no poder, Raul Castro, está fazendo uma reforma, flexibilizando o direito de propriedade, dos meios de produção e da própria produção das terras cubana, botando algumas “pitadas” de Capitalismo na Agricultura Cubana (como ocorre, também na China...).Creio que o Brasil deveria observar o exemplo cubano, que brecou, deu ré e está voltando do caminho percorrido, e não fazer – estupidamente - o mesmo caminho percorrido por eles de 1959 até 2008...

Fitzcarraldo Silva

Anônimo disse...

Peço aos amigos a abertura de espaço e a possibilidade de propagandear meu novo conjunto de enquetes versando sobre Honduras, cujas perguntas são:

A deposição de Zelaya foi um golpe de estado?

O governo petista apoiou a entrada de Zelaya em Honduras?

Você concorda com o homizio (esconderijo) de Zelaya na embaixada brasileira em Tegucicalpa?

Lula da Silva merece o impeachment por seu comprometimento com a causa de Zelaya?

Por todas as ações já tornadas a efeito no foro de São Paulo, quem você acha que é o chefão?

Passem lá e votem, mas votem logo antes que minha embaixada seja invadida... grande abraço

http://novoblogdoclausewitz.blogspot.com