segunda-feira, 8 de junho de 2009

Os tucanos de olho n'...


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"...a galinha dos ovos de ouro"




Foi assim que José Serra classificou o agronegócio em reunião realizada no dia 5/5 p.p., em Foz do Iguaçu. A expressão pode comportar dois sentidos: 1) o campo tem ajudado o Brasil a superar os efeitos da crise e 2) os votos do campo podem fazer diferença nas eleições do no ano que vem.

Lula da Silva, no primeiro turno de 2006, perdeu para Alckmin nos principais Estados agrícolas do país: Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás. Mas de lá para cá, percebeu a força dos ruralistas.

Com efeito, no segundo mandato Lula trocou 6 por ½ dúzia, se desfez de Marina Silva e pôs Minc em seu lugar – e que projetos que amenizam leis ambientais, como a reforma do Código Florestal e a MP 458, sobre a regularização fundiária na Amazônia, avançaram.

Foi de olho na preservação eleitoral do campo que o PSDB organizou o encontro em Foz, o segundo de uma série prevista até o fim do ano. O 1º foi em maio, em João Pessoa, e teve programas sociais como tema.

"Poderia estar mais robusta", disse Serra, para completar a história da galinha. O presidenciável tinha ao lado Aécio Neves, que também quer ser candidato e tem discurso voltado o produtor. "Vivemos um vácuo no que diz respeito à política nacional para agricultura", disse Aécio. "Esse setor, se bem tratado, fará diferença".

O evento "Agricultura e Agronegócio no Brasil" reuniu em Foz representantes tucanos de várias partes do país e também os presidentes nacionais do PPS, Roberto Freire, e do DEM, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ). A senadora Kátia Abreu, da CNA passou por lá.

O presidente do PSDB no Paraná, Valdir Rossoni, diz que a comunicação tucana "está acordando" para lidar melhor com o setor. "A colheita do agronegócio é fruto da estabilidade econômica conquistada pelo PSDB. Não vejo conquista do Lula, mas o vejo surfando em espaço conquistado antes de ele chegar", disse.

Empresário da avicultura e deputado federal do partido, Alfredo Kaefer (PR-PSDB) foi um dos que mais atacaram a atuação do PT no setor. "Lula está de olho na bancada ruralista, mas joga no meio do campo", afirmou, sobre ações ligadas à produção e à preservação do ambiente.

"Não adianta defender o etanol e não financiar o combate da aftosa ou à realização de pesquisas", atacou Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). "A grande tendência de quem produz de modo organizado é votar no PSDB", aposta o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

"Estamos assistindo à criação de uma falsa dicotomia entre o agronegócio e a agricultura familiar", disse Aécio, e defendeu uma política melhor de preço mínimo e crédito, criticou o Código Florestal e propôs a regionalização de ações de preservação, que passariam aos Estados, como defendem os ruralistas.

Para Serra, o Plano Real deu certo e foi por causa da agricultura. "O Brasil teria quebrado mais de uma vez se não fosse o setor agropecuário", reforçou, fazendo referência à balança comercial. Serra lembrou o que foi feito no passado.

Fonte: Valor Econômico – 08/06/09

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