segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Chovendo no molhado

Indigenistas debatem a demarcação
da Raposa Serra do Sol
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Amanhã, 12 de agosto, a Comissão de Legislação Participativa (atente o leitor para o pomposo nome da dita comissão) promove audiência pública na Câmara dos Deputados, sobre "Terra Indígena Raposa-Serra do Sol: histórico, situação atual e perspectivas".
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A demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, cuja homologação foi decretada em abril de 2005, vem sendo alvo de ações, declarações, marchas e campanhas desde abril quando o STF suspendeu a operação montada pela Polícia Federal para retirar os arrozeiros. (Não são apenas os seis arrozeiros, aliás, responssáveis por 7% do PIB de Roraima, mas desmantelar cidades estabelecidas com escolas, hospitais, até cursos universitários!)
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Enquanto o STF não julga o caso, organizações da sociedade civil, indigenistas e defensores dos direitos indígenas se mobilizam porque consideram que a polêmica é um retrocesso.
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Analise, leitor, o argumento: "retrocesso"! Não passa de uma palavra talismã, se quiser, uma etiqueta barata que a demagogia esquerdista se utiliza para desqualificar quem discorda dela!
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Então não se pode sequer polemizar sobre o assunto que já representa retrocesso? Retrocesso em relação a quê?
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Se o organismo de uma pessoa estiver tomado por um câncer que avança no sentido de lhe tirar a vida, a cirurgia do tumor feita pelo médico representa retrocesso? Um prédio em chamas que ameaça desabar. A ação dos bombeiros no sentido de extinguir as chmas significa retrocesso?
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Os convidados são Dejacir de Souza, do Conselho Indígena de Roraima (CIR); Sandro Tuxá, do Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI); Saulo Feitosa, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi); o deputado federal Eduardo Valverde, da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas; Rafael Favetti, da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça, Márcio Meira, presidente da Funai, a procuradora da República, Deborah Duprat, da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e Maria José Costa, do Comitê Nacional em Defesa da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol.
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Da longa nominata acima, todos favoráveis à inexplicável demarcação da referida área que compromete nossa soberania em nossas fronteiras com a Guiana Inglesa e com a Venezuela. Pobre índio, quantos crimes se cometem em seu nome!
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Afinal, haverá a reunião às 14 horas no Plenário 4 - Anexo II da Câmara dos Deputados... para debater o quê? Discutir o quê? Irá chover no molhado e quem pagará a conta?
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