sexta-feira, 27 de junho de 2008

Raposa Serra do Sol e Amazônia

O Brasil de ontem, de hoje e de amanhã (II)

Padre David Francisquini xxxxxxxxxxxxxxÍÍi Ì Índio fumando pelo nariz

No artigo anterior [publicado neste Blog no dia 26 de maio/08], manifestei minha perplexidade – sobretudo enquanto sacerdote – diante do programa da neo-missiologia adotada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Sequer os índios querem ficar no estado em que se encontram. Em contato com a civilização, eles querem viver com dignidade, com saúde, com conforto e bem estar.
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Para entender o que se passa com a neo-missiologia, é indispensável o leitor se ater a alguns pontos que a transporta muito além daquilo que Marx e Lenine propuseram. Ela se fundamenta num ponto totalmente falso, ou seja, o de acabar com todas as formas de egoísmo e individualidades, pois isso iria contra o bem comum. Como se os índios não fossem homens e imunes de egoísmo!


Com efeito, chegam a ser antropófagos e algumas tribos acreditam que comendo o adversário incorporariam nelas as “qualidades” dele. No ser humano, é preciso fazer uma justa distinção entre a pessoa e o seu egoísmo, pois é falso atribuir que o homem vivendo e trabalhando para si e para os seus seja inimigo da sociedade e do bem comum.

A solução que os neo-missionários apresentam é que a salvação do “bem comum consiste em que a pessoa seja totalmente absorvida, padronizada e dirigida pela coletividade. E isto é a meta do comunismo de uma sociedade massificada, sem personalidade, sem classes, sujeita à ditadura do proletariado anônimo” (Plínio Corrêa Oliveira).
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Sob tal prisma pode-se compreender a celeuma em torno dos índios, em particular o que vem ocorrendo em nossos dias em Roraima. Sequer passa pela cabeça dos índios tal concepção, pois ela vai tão longe que nem mesmo o antigo regime soviético reunia em torno de si concepção tão coletivizada de sociedade como preconiza os corifeus da neo-missiologia.


Os pregoeiros desse regime, com veemência furibunda, querem o desmantelamento do Estado e de todos os organismos que o integram. O Estado – conforme asseguram – deve desfazer-se em uma galáxia de corpúsculos mais ou menos justapostos e tão autônomos quanto possível. Daí, certamente, a reação do comandante militar da Amazônia ao qualificar de caótica a atual política indigenista e atentatória à soberania nacional.

Já em 1560, o Padre Luis da Grã relata que convocou para uma reunião os chefes indígenas da Bahia e os fez comprometer com um juramento a respeito de quatro pontos: não ter senão uma mulher; não se embebedar; não dar ouvidos aos pajés; não matar nem comer carne humana.

Podemos assim avaliar o que já era a catequese, a pregação e o ensinamento tradicional junto aos índios. Consistia ela numa série ininterrupta de ensinamentos visando à integração dos indígenas na sociedade cristã.

Anchieta reconhece em carta de 1555 que os índios eram tão indômitos em comer carne humana e a não reconhecer a autoridade que ele não via outro remédio senão a Europa enviar para cá gente para colonizar e civilizar os silvícolas.

Hoje, o CIMI se envolve em luta de classes para conservar os pobres índios no estado de barbárie. Defendem a nudez deles como coisa normal, quando lemos no Gênesis que foi o próprio Deus quem confeccionou e ensinou nossos pais Adão e Eva a se cobrirem, assim que expulsos do paraíso.
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E o CIMI teima em pregar o contrário do mandato que Jesus Cristo nos ordenou. Ele pediu para ensinar, evangelizar, batizar e fazer crer todos os povos da terra, como condição para a salvação eterna de suas almas. Diante disto o que fazer?
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Devemos rezar a Nossa Senhora Aparecida para proteger o Brasil da desintegração que o ameaça. Que Ela proteja os índios dessa neo-missiologia; que Ela os converta; que Ela proteja todos os brasileiros e fazei que eles vejam e reajam com a fibra de nossos antepassados que expulsaram o invasor holandês-protestante no século XVII.
Assim, o Brasil de amanhã será a continuação do Brasil de ontem e de hoje.

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